15.8.06

Na guerra


A crise no Oriente Médio tem mostrado alguns estilos de fazer jornalismo. O jornalista Marcos Losekam, da Globo, por exemplo, demorou para ir até o front. E quando foi, ficou de um lado. O mais seguro. Chegou a fazer matérias mostrando o poderio bélico de Israel, bem instalado em Haifa. Nem o teatro que fez quando um foguete do Hezbollah caiu perto da equipe foi suficiente para restaurar a credibilidade perdida. Enquanto isso, do outro lado, no Líbano, refugiados brasileiros tentavam escapar e civis eram bombardeados. Esse tipo de atitude, traz um debate que acontece freqüentemente nas redações. O correspodente de guerra, afinal, deve ir ao front ou não? O bom jornalismo, ao me ver, aponta que sim. Casos como o de José Hamilton Ribeiro na Guerra do Vietnã, ilustram bem a vontade de se fazer jornalismo mesmo em condições adversas. Talvez um exemplo que possa ser dado nessa guerra no Oriente Médio seja o do jornalista Lourival Sant´ana (foto), do Estadão. Suas matérias mostraram equilíbrio. Embora também tenha demorado a chegar na guerra, quando chegou, procurou ver os muitos lados da questão. Minha opinião: se vai à guerra, que vá completamente. Do outro lado, pessoas estão esperando uma informação verdadeira, ética, que mostre o que realmente está acontecendo. Os olhos do telespectador são os olhos do repórter.