25.8.06

O motivo

O jornal A Notícia estava se preparando para lançar um jornal popular em Joinville - maior cidade de Santa Catarina e com imenso potencial comercial - em conjunto com a família Petrelli, do SBT. Os gestores da RBS souberam e partiram para o ataque. Reuniram-se com a direção do periódico joinvilense e colocaram as cartas na mesa. Admitiram que havia um plano para entrar em Joinville, via lançamento de um jornal para competir com o A Notícia. E que teriam bala na agulha para manter o jornal, sem lucro, por pelo menos 10 anos. Ou seja, para os joinvilenses era a venda ou morrer aos poucos, batendo de frente com o poderio do grupo, que derrubou outros grandes jornais, como O Estado, de Florianópolis, quando o Diário Catarinense foi inaugurado em Santa Catarina. Estava aberta a porteira para a aceitação da proposta de compra. Foram mais algumas reuniões, entre o diretor-presidente do AN, Moacir Thomazi, e o staff da RBS, incluindo o vice-presidente executivo do grupo, Pedro Parente, para que o martelo fosse batido. Não se fala em valores. Nem em estratégias. Mas a RBS estará pisando em ovos em Joinville. A cidade é conservadora. O formato do jornal é standard - ao contrário dos jornais do grupo gaúcho - e, certamente, seus mais de 32 mil leitores diários diretos terão dificuldades para digerir a venda. Haverá muito marketing para convencer os leitores de que a troca de mãos não vai retirar a identidade do jornal.